A grande maioria dos tumores ovarianos está classificada dentro das seguintes categorias:
- Tumores epiteliais que correspondem a 60% dos tumores de ovário, e de 85 a 90% dos tumores malignos.
- Tumores do cordão sexual.
- Tumores de células germinativas.
Os tumores epiteliais se originam da superfície epitelial, sendo classificados anatomopatologicamente como serosos, mucinosos, células claras, endometrioides e o tumor de Brenner. Eles podem ser: benignos, malignos, ou de borderline, se diferenciam devido às manifestações clínicas e anatomopatológicas.
A endemia da esquistossomose causada pelo S. mansoni está presente nas ilhas do Caribe, Oriente Médio, América do Sul e África, podendo ser importado para qualquer outra região do mundo devido à imigração. A doença está associada a um grave problema de saúde pública. Estima-se que há de 200 a 300 milhões de pessoas infectadas com S. mansoni em todo o mundo, já no Brasil, a estimativa é de 4-6.000.000 de indivíduos.
Atualmente, a esquistossomose já atinge quase todos os estados brasileiros, principalmente, com infestações endêmicas em partes das regiões Nordeste, Sudeste e Centro-oeste. Existem várias espécies de Schistosoma que causa a esquistossomose, mas no Brasil apenas a S. mansoni foi descrita.
O ciclo biológico da esquistossomose é complexo e bem definido. Este ciclo tem a água como meio utilizado pelo parasita para infectar o hospedeiro principal (vertebrado/homem). Este, por sua vez, através de suas fezes contaminadas em contato com a água infecta o hospedeiro intermediário (invertebrado/o caramujo do gênero Biomphalaria).
Há, ainda, duas passagens de larvas de vida livre no meio aquático, que se alternam com as fases parasitárias. As etapas evolutivas consistem no verme adulto (macho e fêmea), ovo, miracídio, esporocisto, cercária e esquistossômulo. Os vermes adultos vivem nos vasos sanguíneos que ligam o intestino ao fígado (sistema porta-hepático) do hospedeiro vertebrado (FIGURA 1).
As apresentações do S. mansoni são chamadas de ectópicas quando os ovos ou a sua forma adulta são encontradas fora do sistema portal como: na pele, sistema nervoso central, tireoide, miocárdio, esôfago, estômago, vesícula biliar, pâncreas, supra-renais e trato urogenital. Essas apresentações podem afetar indivíduos de qualquer carga parasitária mesmo após anos da exposição primária.
A pelve feminina possui uma vascularização peculiar, uma vez que apresenta inúmeras anastomoses que drenam os órgãos genitais femininos ao sistema venoso mesentérico e consequentemente para a veia porta.
Os processos neoplásicos, tais como os tumores descritos no presente relatório, produzem substâncias como fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), fator crescimento dos fibroblastos (FGF), entre muitos outros, que geram a proliferação, sobrevivência e diferenciação das células endoteliais, gerando assim a neovascularização, que é um processo fundamental para a sobrevivência e progressão das células neoplásicas.
Provavelmente as neoplasias representam uma rota migratória de vermes adultos e a embolização de ovos. Como há presença de ovos viáveis de S. mansoni sobre as lâminas do material removido a partir dos tumores de ovário, corroboram esta hipótese. No entanto, não existem dados suficientes para confirmar a malignização de uma lesão benigna devido a presença do S. mansoni. São necessários estudos nas áreas onde o S. mansoni é endêmico para demonstrar tal associação, já que na maioria dos casos, as lesões de esquistossomose ectópica são diagnosticadas a partir de espécimes cirúrgicos ou pós-morte.
Os estudos nas áreas onde o S. mansoni é endêmico é necessário já que, que a esquistossomose genital pode afetar todos os órgãos pélvicos, causando desde reação leve a reação granulomatosa fibrótica grave que pode prejudicar a motilidade e/ou permeabilidade tubária, predispondo, assim, gravidez ectópica e infertilidade.
Leia o artigo publicado por mim na íntegra, acessando o link: https://www.hindawi.com/journals/criog/2014/508718/
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